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Alguns de meus livros

A Revolta dos Agachados
 
 
A morte de um jovem e corrupto senador da República é o ponto de partida para o enredo de A revolta dos agachados. O livro registra, de forma ficcional, o conturbado período da vida brasileira, após duas décadas de governo ditatorial. Publicado em 1997, a obra trata de acontecimentos e situações, nos quais estão retratadas a crise moral e socioeconômica do Brasil nas últimas décadas do século XX. Romance de ideias, antecipa fatos que ocorreram e estão ocorrendo não só no país, mas no mundo todo, sobretudo no que se refere à insatisfação popular contra os governantes. A revolta dos agachados faz eco ao grito de basta dos explorados e injustiçados, daqueles que sofrem na pele a ditadura da miséria e da violência, dos que se rebelam contra o Sistema. O livro disseca o abismo entre ricos e pobres, apontando a hipocrisia, a ambição desmedida e a corrupção, de um lado, a miséria, a espoliação, a impotência e o desejo de mudança, por outro lado. Profético e realista, a obra denuncia a falência do atual sistema de governo no Brasil, destacando as mazelas de um país que, pela força de seu povo, está despertando da letargia e buscando uma nova ordem social e política, com bases na honestidade, na fraternidade, na justiça e na solidariedade.
MoriMundo

 


Em uma cidade decadente e caótica, dividida em três grandes áreas separadas por muros, manietados pelo Sistema, automatizados, frios, individualistas e solitários, os habitantes não passam de espectros a se digladiarem com seus fantasmas. A fraternidade, a solidariedade e o amor, a moral e a ética são sentimentos e valores ultrapassados, a liberdade, a justiça, o acesso ao saber e os mais elementares direitos do cidadão são privilégios de poucos. Os marginalizados vivem no “Inferno”, gueto localizado entre o “Limbo” (onde moram os trabalhadores) e o “Paraíso”, habitado pelos ricos, tudo converge em benefício da classe dominante - uma minoria.
Nesse cenário marcado pela exclusão, o engodo e a injustiça social, Deus, o Estado e a Família, nos moldes tradicionais, inexistem. Desmascaradas, as três instituições tornaram-se ineficazes, enredaram-se em suas próprias armadilhas e sucumbiram ante a necessidade de criar-se uma Nova Ordem que, na prática, revelou-se pior do que o regime anterior.

Cão ladrando à lua

Cão ladrando à lua é a patética e trágica história da confissão de um homem contemporâneo. Ao escancarar suas mágoas, frustrações e recalques, dando ênfase aos seus defeitos e virtudes, o personagem encarna cada um de nós em nosso comportamento cotidiano, com nossos vícios, hábitos e pecados. Ao fazer suas confidências a um padre, o personagem desnuda a hipocrisia, o egoísmo e o individualismo que caracterizam a sociedade, pondo a nu a maldade inata do ser humano. Ao tirar as máscaras que escondem sua verdadeira face, o personagem denuncia cada um de nós, tornando-nos cúmplices de sua existência atribulada e sem rumo. A vida de boêmio, a conturbada relação com as mulheres e sua pretensa arrogância e prepotência não passam de subterfúgios que camuflam a busca da descoberta interior. Ele guarda segredos íntimos que aos poucos vai revelando, nos deixando perplexos diante de uma trama que, no fundo, é a história de um homem tentando encontrar-se e redimir-se. Cão ladrando à lua é um grito de alerta, um testemunho franco e abrangente sobre a necessidade de mudarmos nossos valores e conceitos, sob pena de retornarmos à condição de seres irracionais.

Vermelho quase sangue

 

   Lucas é escritor e, em meio à crise existencial e profissional, recebe proposta  para escrever as “confissões” de Lara, mulher rica e enigmática, com data para morrer.  Ele agarra-se à oferta e mergulha no obscuro mundo de Lara. Eles têm um caso. Lucas se separa da esposa, Lara revela que tem uma filha - Larissa -  e propõe deixá-la sob a guarda dele. Lucas reluta. Desconfia que é alvo de uma armação. A relação torna-se conturbada. Lara tem pressa em resolver pendências, pois sabe que o fim está próximo. A lenta mas irreversível agonia de uma mulher de personalidade forte, em contraste com as ambiguidades de um escritor em busca de identidade própria, marca uma história de conflitos íntimos,  obscurecendo um envolvimento amoroso que se iniciou dúbio e, com o passar do tempo, se solidificou, apesar de ambos saberem que para eles não há futuro.Se por um lado, Lara é uma mulher de convicções firmes e disposta a aceitar o irremediável, Lucas, por outro lado, é um escritor em luta consigo mesmo, às voltas com suas angústias e traumas, lutando para não se deixar dominar por uma paixão avassaladora. Ele quer manter o equilíbrio emocional, ficar ao lado de Lara até o momento final, mas repudia intimamente os planos delas a respeito dela e da filha. Temendo o que terá que enfrentar, Lucas avalia a possibilidade de fugir, retomar sua vida até certo ponto tranquila, embora maçante e infeliz, mas acaba se convencendo de que está irreversivelmente ligado à Lara e à Larissa. 

 

 

Odeio muito tudo isso

 

Raul Seixas - Ráu – é um adolescente aparentemente comum, de classe média alta, às voltas com as angústias, desafios, problemas e questionamentos íntimos próprios da idade. Ele vive numa pequena cidade do Sul do Brasil com os pais e uma irmã mais jovem – Rita Lee. Ráu está em conflito com o mundo e consigo próprio; o rito de passagem para a idade adulta tem um custo alto. Ráu está à procura de identidade própria, quer ser alguém diferenciado, se nega a ser mais um na multidão. 
Ráu é um adolescente sensível – leitor de Zola, Kafka, Camus, Fante e Salinger -, sente um enorme desconforto com a mediocridade de seu ambiente escolar e começa a perceber que o “mundo adulto” pode ser um inferno. Solitário e reflexivo, ele sofre com a separação dos pais, com as esquisitices da irmã caçula, com a incompreensão dos amigos e as frustrações amorosas. A realidade se torna um pesadelo e a descoberta de uma possível vocação literária seria a única saída diante de tantas incertezas e dúvidas.
A literatura o instiga a buscar experiências radicais, cruzando a fronteira sempre movediça entre o bem e o mal, a lucidez e o delírio, o prazer e a dor, a esperança e o medo. De repente, Ráu deixa para trás sua vida aparentemente tranquila e confortável num condomínio de classe média em Pelotas (cidade de 350 mil habitantes) e se embrenha no caminho sombrio das drogas, da marginalidade e da prostituição. Sua existência é tomada por um torvelinho de episódios e sensações desencontradas que aos poucos vão compondo um labirinto assustador.

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